terça-feira, janeiro 11, 2011

Novo blog!

Olá, queridos leitores do Zine Qua Non!
A partir desse ano, o blog ZQN tem casa nova no Wordpress.
Além disso, estou juntando material para publicar a décima edição desse fanzine fofo e preciso da colaboração de vocês. Então, é só mandar e-mail para zinequanon@gmail.com!

Beijo gigante para todos e até nossa nova casinha!

A editora


www.zinequanonsp.wordpress.com

quinta-feira, dezembro 17, 2009

ENTRE-VISTAS # 9



Ela pretende ser jornalista, pretende ser diretora de curtas, documentários e filmes, pretende ser mãe um dia, pretende viajar muito pelo Brasil e pelo mundo e pretende ser completa assim que possível e assim que puder (isso se der para fazer isso).

Seu nome é Paula Cabral Gomes, aquela que não consegue entrevistar ninguém mais no momento a não ser ela mesma. Tudo isso por se encontrar numa incrível crise de criatividade e existência e não por acreditar ser melhor do que qualquer ser humano existente na Terra (a não ser aqueles toscos que parecem não servir para nada a não ser incomodar os outros).

* por Paula Cabral Gomes *

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Zine Qua Non: Por que Paula?

Paula Cabral Gomes: Meu pai e minha mãe não encontravam um nome bonito, um que os dois gostassem e que ninguém na família já tivesse. Acho que minha mãe viu uma Paula numa novela, sugeriu o nome para o meu pai e ele, simplesmente, adorou. Adivinha o nome dele?! Paulo!

ZQN: Como chegou à conclusão de que queria fazer Jornalismo?

PCG: Na verdade, ainda não cheguei a essa conclusão. A idéia inicial era fazer Rádio e TV, Audiovisual ou Midialogia, mas minhas condições financeiras e meu esforço me colocaram na PUC-SP no curso de Jornalismo (sou bolsista do ProUni). Também recebi uma mãozinha de uma conhecida formada em Rádio e TV que disse para mim: “A única diferença entre o curso que fiz e o Jornalismo é que jornalistas assinam as coisas que são produzidas e os outros não”. Daí, na hora de colocar as opções na lista do ProUni, deu na cabeça colocar Jornalismo – PUC-SP. No meio também tinha audiovisual, letras e artes plásticas. Porém a primeira deu certo. Uma loucura e uma tensão enormes!

ZQN: Mas você está gostando da faculdade?

PCG: Bom, como em todo lugar, as dificuldades são enormes, há inúmeros professores péssimos e a burocracia é gigante. Porém o curso tem seus prós: poucos, mas grandes professores te guiam num caminho que se deve, praticamente, fazer sozinho. Há momentos em que acho que é tudo uma grande fraude (inclusive eu) e que, na verdade, somos todos autodidatas e somos nós que montamos a bibliografia de nossas vidas. Pensando bem, é isso mesmo que acontece. Outra coisa que prejudica toda essa história de faculdade é que ela não existe mais para o que foi criada: ser um lugar para desenvolver pensamentos, raciocínios, opiniões, ser um lugar de criação. Agora é apenas um trampolim para o mercado onde todos repetem as mesmas regras e assim vai empurrando com a barriga. Mas cada um faz sua própria faculdade. Ela é diferente para cada um.

Na PUC, eu fiz minha iniciação científica sobre Novo Jornalismo no Brasil, o conhecido New Journalism de Truman Capote e Tom Wolfe. Ela foi aprovada e, em breve, a defenderei num “Encontro de Pessoas que Fizeram Iniciação Científica”. É, eu não sei o nome do encontro e nem os detalhes, muito menos as datas.

Mas ao mesmo tempo, ela me transformou e muito. Posso me considerar um ser pensante agora.

ZQN: Como, quando e por que nasceu o Zine Qua Non? E de onde você tirou esse nome um tanto quanto, digamos, instigante?

PCG: O Zine Qua Non, também conhecido como ZQN, nasceu em janeiro de 2006, depois de muito ensaio para nascer. Meu namorado teve (tem) um zine com mais dois amigos chamado Colateral e foi por meio dele que descobri as graças de ser zineiro. Encantei-me pela arte de fazer fanzines e, conseqüentemente, amigos pelo país todo e, até, quem sabe, pelo mundo. Além disso, ia começar a faculdade e queria saber qual era a sensação de ter algo meu publicado e qual era o retorno dos leitores. Queria ver uma obra minha, com coisas minhas e das quais gosto numa publicação independente.

O nome vem das palavras sine qua non, que significa “sem o qual não”. Tive a idéia de usá-las quando as li no livro O mundo de Sofia de Jostein Gaarder. Como ia ficar Zine Sine Qua Non e o som ficaria estranho, mudou para Zine Qua Non e daí pari minha primeira obra de arte significante, pelo menos para mim.

ZQN: Para onde você acha que o ZQN pode ir? Qual o futuro dele e que acho... ops... acha sobre ele agora?

PCG: O ZQN é hoje praticamente uma fuga prazerosa. É nele que coloco as coisas que quero, das quais gosto e que quero compartilhar. Ninguém manda nele a não ser minhas vontades. Acho que até por usar ele dessa maneira, ele não tem uma carinha específica, ele muda a cada edição, e também não é tão maduro. Não coloco minhas melhores produções nele, não gasto meses fazendo matérias para ele, fazendo ótimas resenhas, escrevendo textos com incríveis raciocínios desenvolvidos. Ele tem muito que crescer ainda, mas não o acho ruim, uma coisa qualquer, um dinheiro gasto a toa. A idéia é dar um gás no blog de dicas do ZQN, colocar mais atividades para indicar para o pessoal, não só eventos que acontecem em São Paulo, mas também em outros estados.

Esse zine pode ir até onde ele quiser, só depende de mim. Posso levá-lo a qualquer lugar sabendo produzir um bom material para ele e investindo nele. Aí está o futuro dele. Ser algo maior, significativo no meio das produções independentes desse país e, quiçá, do mundo (nossa!).

O futuro dele é continuar a ser livre...

ZQN: Por que você quer tanto comprar patins e por que come tanto doce?

PCG: Os patins seriam uma ótima desculpa para começar a fazer alguma atividade física que não me deixaria entediada. Não consigo passar horas numa academia correndo do nada a lugar algum.

Os doces são para tentar controlar toda a ansiedade que existe dentro de mim. E adivinhe só? Não adianta nada. A sorte é que (pelo menos por enquanto) eu não engordo com toda a besteira que coloco no estômago.

ZQN: Você é viciada em alguma coisa?

PCG: Sou louca por doces e mexo bastante na internet, mas conseguiria viver sem eles (de forma moderada, nada de oito-oitenta, exagero e total abstinência). Não fumo e não bebo por não gostar mesmo e porque um ataca minha renite e outro, meu fígado. Não que eu não tome uma vodka de vez em quando, uma cerveja para comemorar algo, porém é raro. É melhor ter um pouco mais de saúde. Meu probleminha é a internet. Adoro procurar músicas e vídeos novos na rede. Acredito que há um material incrível disponível e que é mal aproveitado. Eu tento utilizar racionalmente essa ferramenta para não me tornar uma pessoa exclusivamente virtual e perder o que há de melhor na vida: os relacionamentos pessoais e contatos físicos.

ZQN: O que o cinema significa para você?

PCG: O cinema é, digamos, um mundo mágico no qual acontece o que você quiser. Cada um, cada diretor cria a história, os personagens, o ambiente da forma que mais o agrada e acha ser mais eficaz em determinado caso. Trabalhar com imagem não é fácil, não é tão simples como pode parecer.

Em minha pouquíssima experiência com vídeo, o que mais me deixou encucada foi a procura incessante pela personalidade, pelo estilo, pela característica do diretor. Primeiro é extremamente complicado definir a si próprio, quanto mais “deixar sua marca” em algum trabalho, saber o que se deve fazer para que isso aconteça e apontar para os outros suas ferramentas e técnicas.

Além disso, tem algo mais sensacional, sentimento mais gostoso do que aquele que sentimos quando luzes se apagam e uma história começa a ser contada? É lindo, é emocionante, é estimulante. O que me renova e me coloca para cima e impulsiona para frente é saber que é possível fazer coisas bonitas, não importa se é drama, comédia, ação ou terror. O belo é o bem feito, bem planejado e desejado trabalho de cada um.

A beleza do Reza Forte (quinto curta dirigido pela Paula, eu, e apresentado na III Mostra de Curtas de São Caetano do Sul) não está apenas nas imagens, na atuação dos atores, na fotografia e no cenário, mas também nas amizades feitas, no aprendizado conseguido com esforço, no trabalho em equipe, no investimento de mais de uma pessoa sobre o mesmo projeto e na realização de alguma coisa. É bom ter algo para chamar de seu e de nosso. É gratificante.

ZQN: O que quer ser quando crescer?

PCG: Crescer mesmo não cresço mais, pelo menos com relação à altura. Mas pretendo ser insatisfeita. Estranho? Não! O estranho seria ler: eu quero ser feliz, jornalista e blá blá blá. Insatisfeita para não estagnar, não parar, sempre procurar respostas e soluções. Assim crescerei (ai sim!), serei alguém, um ser pensante, questionador e ativo. Espero que isso já esteja funcionando há muito tempo.

ZQN: Você acha que esses óculos acentuam sua intelectualidade?

PCG: Hahahaha... Bom, na verdade é uma tentativa de puxar boas vibrações do Ernesto Varella (Marcelo Tas, meu ídolo). Mas por enquanto não tá funcionando muito não. Peno bastante para fazer minhas coisas, não que ele, o Tas, não tenha penado também. Falando sério, comprei esses óculos para deixar de ser tão basicona. Antes eu tinha um sem armação, tão simpleszinho. Daí comprei esse, depois um All Star verde etc. Na real, é para fazer charme. Hehehe...

ZQN: Que cor tem sua alma agora?

PCG: Ela é roxa. Está se purificando. Acredito que ela será dessa cor por um bom tempo ainda. Não posso garantir nada, as situações determinaram como estar, ser e agir...

ZQN: O elefante verde subiu no banquinho para enviar uma carta e tomou groselha?

PCG: Enfim, sós... Adoro pepino com açúcar e torta de chicória com provolone frito. Minha bicicleta quebrou e ando de ponta cabeça agora.

ZQN: Qual o futuro das boy bands?

PCG: Os Backstreet Boys estão com boa parte da turnê agendada, previsão de lançamento de um novo cd para o início do ano que vem, dois dos meninos estão com projeto solo para estrear. O New Kids on the Block lançaram cd novo estão com clipes na TV. Está tudo uma loucura! E eu me divirto! E minha parte considerada “brega” pela “sociedade”. Não podemos nos esquecer da Britney Spears, do Michael Jackson e do Latino.

ZQN: Você vai amanhã lá hoje? E ótemsomdeú?

PCG: Talvez... E depende da palavra... Nossa! Essas foram supimpas!

ZQN: O que acha de pessoas que fazem auto-entrevistas em seus próprios fanzines?

PCG: São pessoas extremamente espertas, gênios da humanidade e egoístas pra cacete. Hehehe... Sério, acho necessário parar, nem que seja uma vez na vida, e fazer perguntas a si mesmo. Só assim nos conheceremos melhor e, conseqüentemente, conheceremos o próximo também. E eu estou num momento cheio de crises, todas as possíveis, de existência, de criatividade, de produção, e precisei parar um tempo. Estou sendo soterrada pela realidade e ir para a tona disso tudo está cada vez mais difícil, mas não desisto e sei que tenho que respirar. Coloquei minha base sobre a família, namorado e amigos para sobreviver. São eles que me alimentam com experiências, músicas, filmes, livros e tudo o que gosto para estar aqui e mostrar para que vim, para que estou aqui afinal.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Aniversário de 4 anos...

Em janeiro de 2006, Zine Qua Non nasceu!
Era bimestral, passou para trimestral, depois semestral, anual, até se tornar um devezemquandário perfeito.
Inevitavelmente, em janeiro de 2010 comemoraremos, colaboradores e eu, os 4 anos de vida desse simples e grandioso fanzine. Simples porque são papéis reciclados com letrinhas impressas, grandioso por ser formado por textos e desenhos de várias pessoas espalhadas pelo Brasil que amam o independente, a arte, a criação etc.
Para mais uma festa, conto com a ajuda de todos que queiram ver suas palavras no ZQN, que ainda viverá muitos anos, nem que seja no meu coração, pois ele foi fundamental para o meu crescimento...

Conto com vocês, leitores e zineiros insanos!

Beijos apertados

A editora

segunda-feira, janeiro 12, 2009

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Demora e transtorno

O Zine Qua Non não acabou, entrou num período de reformulação de formato e conteúdo.
Por isso, peço que os leitores do blog e do zine impresso mandem sugestões e dicas para que o ZQN melhore sua qualidade.

Agradeço a atenção de todos.

Até fevereiro e comemoração de 2 anos de ZQN!

segunda-feira, julho 23, 2007

ENTRE-VISTAS #8

O entrevistado dessa edição é o mais empolgado e tagarela que eu já vi. Marcelo Jaguara, o “trafegante de informação” da revista O DILÚVIO, conta a história da publicação, de sua vida e os planos das duas coisas, ou seja, o ZQN cedeu um espaço gigante para esse rapaz aí. Você entenderá o motivo na primeira pergunta. Então, mãos à obra...

* por Paula Cabral Gomes *


ZQN: Como surgiu O Dilúvio? Quem deu a idéia? Conte um pouco a história da "revista que não chove no molhado".
Marcelo Jaguara: O DILÚVIO tem uma história bastante longa, na verdade, cheia de metamorfoses. Seu idealizador é o Tiago Jucá, jornalista formado pela FABICO, Faculdade de Comunicação da UFRGS de Porto Alegre, que trocou sua formatura pela primeira edição impressa do veículo, no início de 2003. Mas a idéia toda surgiu bem antes, ainda nos tempos dele como estudante. Na real, ele começou tirando sarro de um informativo interno, "oficial" da UFRGS, chamado No elevador, que Jucá subverteu para Noé leva a dor e começou a distribuir via news-letter (mailing list) para colegas e conhecidos. O conteúdo era sarcástico, cômico e ácido ao mesmo tempo.
Com o interesse da galera e aumento constante dos leitores, além da adoção (ou melhor, aceitação) do apelido Noé por ele, a coisa evoluiu rapidamente para um sitezinho, intitulado "A arca de Noé". Depois de um tempo, sumiu, depois voltou de novo, até que se transformou n’O DILÚVIO, e acabou indo pro papel (branco mesmo na primeira edição, com apenas 16 páginas) no IIIº Fórum Social Mundial, em janeiro de 2003.
Daí até o #4 foram muitos trancos e barrancos, num trampo meio solitário do Jucá, com algumas colaborações esporádicas e muitas experimentações gráficas e de estilo. A partir do 5º número começou a história do encarte de CDs, tendo a Bataclã FC (banda portoalegrense) como pioneira nessa parceria. Daí em diante a equipe foi se formando, mutando, crescendo, até chegar no time mais ou menos fixo que hoje rema a barca. Mas a segunda fase, a profissional mesmo, com maior tiragem, ampliação do número de páginas, mudança de formato e tamanho, adoção da licença Creative Commons e da distribuição gratuita começou a partir da edição #8. Ela é o verdadeiro divisor de águas, o start da arca do presente e do futuro, que sabe pra onde quer navegar e quem quer a bordo. Mas é um processo de evolução constante, e tudo pode mudar a qualquer momento, tal qual o clima na Terra...

ZQN: Como você passou a fazer parte desse projeto?

MJ: Conheci o Jucá-Noé pelos idos do verão de 2003, num ERECOM/Sul (Encontro Regional de Comunicação da Região Sul, com participação de estudantes dos 3 estados aqui "de baixo"). Ele estava recém-formado mas ainda agia como se fosse estudante (hehehe), pois não queria se desvencilhar da galera.Ficamos em quartos vizinhos e logo nos identificamos e ficamos parceiros. Naquela época eu era bem mais fissurado em zine do que hoje, acho que estava no auge da descoberta e integração com o mundo fanzineiro e empolgado com as oficinas que eu estava dando, a exemplo da que fiz naquele próprio ERECOM. E o Jucá estava empolgado com um curta que acabara de realizar junto com uma galera de Poa. Me falou mais do filme, na real, e bem menos da idéia da revista. Mas comentou que mandava uma news-letter pra galera e acabou adicionando meu e-mail na lista. Então comecei a receber os informes "viajandões" e logo me interessei. Mas por um tempo perdemos contato e nem lembro quando nos encontramos de novo depois daquilo, mas o fato é que quando o vi já estava com a edição 2 em mãos, e se preparando para a #3.
Eu trampava na Assembléia Legislativa em Porto e me coloquei à disposição para o que ele precisasse, pois contava com algumas facilidades lá (como xerox e telefone liberado). Ele começou a dar umas bandas lá de vez em quando, e fomos nos tornando muito parceiros. Ele tava com dificuldades em encontrar colaboradores, e eu louco para publicar algo em meu nome, pois estava de saco cheio de ser assessor de imprensa. Então, como eu havia feito uma entrevista muito legal com um flanelinha por causa de uma cadeira da faculdade, perguntei pra ele se não teria como publicá-la na edição. Ele leu, achou massa e que tinha a ver, e resolveu publicá-la. E também aproveitou um texto do outro jornalista que trampava comigo, o Charles School. Como deu boa repercussão a matéria e nossa parceria começou a fluir, me aproximei mais e me ofereci para ajudar em coisas que ele tinha dificuldades, como captar anúncios.
Nessa época, resolvi chutar tudo pra cima e abrir uma produtora de eventos com alguns outros amigos, sendo que uma de minhas sócias era amiga dele e principalmente de sua namorada da época. E como a produtora era uma porra-louquisse e inevitavelmente teve uma curta existência, resolvi migrar definitivamente para O DILÚVIO, apesar de ter que voltar para o mercado "formal" de trabalho. Fui tocando em paralelo a revista e acabei me apaixonando por ela de maneira inevitável, tanto que hoje não concebo uma vida fora da "família diluviana".

ZQN: Por que, depois de sete números, resolveram mudar o projeto gráfico?
MJ: Na verdade já vínhamos pensando há mais tempo em trocar o formato e projeto gráfico da revista. Mas como no que chamamos de "primeira fase" da revista tudo era muito precário e amador, não tínhamos noção de como fazer isso e nem o que pretendíamos exatamente. Contudo, quando ficamos sabendo do resultado positivo do edital da Incubadora, resolvemos pensar mais seriamente n’O DILÚVIO enquanto empresa e produto de comunicação. Já sabíamos que havia alguns problemas com nosso "produto", pois sempre era grande a dificuldade em vendermos os exemplares e na marca se tornar conhecida.
Então resolvemos radicalizar de uma vez por todas. Pensamos: "Já que vamos nos tornar ‘sérios’, fazer parte de uma incubadora e tentar uma expansão a nível nacional, vamos evoluir radicalmente nossos conceitos". Como já achávamos a revista "feinha" apesar do bom conteúdo textual, resolvemos estudar um novo formato que também fosse de encontro com nossos valores ecológicos e ao mesmo tempo desse uma cara mais "moderna", mais atraente para a revista.
Porém, algo que ainda nos insatisfaz é o “letter” da marca, o nosso logotipo afinal de contas, pois acreditamos que seja muito quadrado, destoando do restante. É um aspecto sobre o qual temos pensado bastante e que possivelmente vá mudar em breve.

ZQN: Qual o público alvo?
MJ: O público alvo d’O DILÚVIO, apesar de ser bastante segmentado, é bastante amplo e complexo, como quase todos os aspectos de nosso "composto de marketing". Prioritariamente buscamos atingir e enfocar a faixa que batizamos de "jovem adulto", ou seja, não os adolescentes, mas sim os jovens "de vinte e poucos". Entretanto, esse é o perfil de público que consome os exemplares avulsos, distribuídos gratuitamente nas faculdades, eventos e pontos de distribuição. Por outro lado, há uma parcela significativa de leitores acima dos 30 anos, que são mais representativos no que diz respeito a vendas de encartes em bancas, lojas e mesmo assinaturas. Enfim, são eles que "pagam a conta", pois consomem a fração paga de nossa tiragem.
Há ainda as pessoas que conhecem nosso trabalho somente pelos meios virtuais, tais como a comunidade no Orkut, MySpace e site. Estas são mais difíceis de mapear, porém, através das enquetes e outros mecanismos, tendemos a crer que também são pessoas entre 18 e 40 anos (algumas com um pouquinho mais até), instruídas e com poder aquisitivo médio. No quesito gênero, falamos com um público basicamente equilibrado, sendo meio a meio: 50% homens e 50% mulheres.

ZQN: Quais foram os retornos positivos que a revista recebeu até hoje?
MJ: A revista tem recebido uma infinidade de retornos positivos, o que nos motiva muito a seguir adiante inovando, testando, ousando, enfim, experimentando ao máximo para não chover no molhado. Prova disso são os freqüentes “ex-crepes” que recebemos no Orkut, tanto em nossas páginas pessoais quanto no perfil da revista ou mesmo na comunidade. Muitos e-mails chegam também todas as semanas, e muitas vezes nos surpreendemos, pois vêm de pessoas que nem imaginamos como tomaram conhecimento de nosso trabalho.
Muito positivo também é saber que nossas matérias repercutem, que as pessoas as reutilizam, passam adiante e que até muitos professores as têm usado em sala de aula, como instrumento pedagógico e de fomento ao debate. Isso acaba nos gerando outros nichos de trabalho, principalmente para mim, que sou “oficineiro”.
Temos sido chamados para inúmeros debates, palestras, oficinas, eventos, enfim, é muito satisfatório saber que em alguns casos servimos como exemplo para outras iniciativas. Além disso, seguidamente temos sido pauta de outros veículos de comunicação, como rádios, sites, blogs, zines (como está acontecendo neste bate papo!) e até mesmo programas de TV.
E até mesmo no meio mais científico estamos tendo alguma repercussão, pois já três ou quatro estudantes resolveram fazer seus TCCs de conclusão de curso com estudo de caso sobre a revista. Tudo isso somado, mais os contatos pessoais que ocorrem, o reconhecimento público nos locais onde chegamos, a boa receptividade das pessoas que trabalham conosco nas mais diferentes esferas têm sido decisivos para nos mantermos firmes em nossa proposta, e por isso só temos a agradecer toda essa energia que acaba retornando para nós.

ZQN: O que é o Prêmio Uirapuru? Há quanto tempo ele existe?

MJ: O Uirapuru é o prêmio de música brasileira da revista. Ele existe desde o período "paleodiluviano", que é como apelidamos carinhosamente a fase embrionária d’O DILÚVIO, quando nem o nome era esse. Ele foi criado por nosso editor manda-chuva Tiago Jucá bem antes da revista ir para o papel, ainda em 2000.
Na época apenas meia dúzia de pessoas votavam, basicamente os amigos dele, via e-mail. Depois passou pelas news-letters intituladas "Noé leva a dor" e pelo site inicial "A arca de Noé", sempre com o objetivo de apontar os destaques da música nacional no ano anterior à sua divulgação.
Em alguns momentos seu resultado foi se alternando entre o site e a revista, sendo que em algumas edições foi pro papel de maneira modesta. A cada ano veio evoluindo bastante, agregando muitas novas pessoas e hoje já conta com respaldo de nosso público leitor.
Prova disso é sua 7ª edição, cujo resultado foi publicado recentemente, na edição #10. Nesta edição mais recente do prêmio, foi ampliado significativamente o quadro de jurados e graças à divulgação e estruturação da revista, angariou centenas de votos também dos leitores, tendo sido o mais amplo de sua história.
A tendência é que cresça cada vez mais e se consolide enquanto um prêmio realmente significativo perante a opinião pública brasileira, devido à sua independência e pluralidade. A idéia é que um dia possa realmente ser realizado um evento de entrega da premiação, para concorrer com prêmios jabazísticos como o MTV Awards.

ZQN: Vocês possuem jornalistas (colaboradores) fixos ou os colaboradores mudam de edição para edição?

MJ: Assim como praticamente todos os veículos de comunicação, O DILÚVIO conta com um corpo fixo de jornalistas na redação, além dos colunistas do site e da revista. Mas este número é bem pequeno, e estas pessoas também precisam assumir outras tarefas da empresa, pois somos uma estrutura ainda “nanica”, bem pequena mesmo. Porém, além destes colaboradores mais diretamente ligados à empresa, há mais uma dezena de apaixonados pelo projeto que "orbitam" ao redor, sempre dispostos a colaborar com conteúdos e participar de algumas reuniões de redação. Eles "abraçam" uma pauta específica para a edição impressa e têm autonomia também para propor matérias para o site, tais como coberturas de eventos e outras. Além deles contamos com alguns correspondentes "de confiança" no interior do RS e em outros estados, que também sugerem pautas de outras localidades, o que é bastante variável.
E há seções em que convidamos outros para colaborarem, a exemplo da "Aventura", onde o objetivo é que se transmita a vivência pessoal de alguém em outro país, algo meio "primeira pessoa". O objetivo maior, no entanto, é sempre uma ampla diversidade de temas, abrangência e autores publicando, para que sejamos uma revista plural e não pessoal, escrita apenas por duas ou três pessoas. Para comprovar isso, basta conferir o "Speed enter" (expediente) de cada uma das edições, onde sempre figuram no mínimo 20 nomes com algum grau de envolvimento na produção do conteúdo.

ZQN: Quem pode colaborar?
MJ: Basicamente qualquer pessoa de boa vontade pode colaborar com O DILÚVIO, desde que apresente empenho, criatividade e, claro, qualidade em seu trabalho. É importante também que conheça minimamente a linha editorial do veículo e que compreenda nosso conceito de "não chover no molhado". Somos bastante abertos a participações e sempre procuramos incentivar pessoas a contribuírem de alguma forma com o processo, pois é a diversidade de opiniões, pontos de vista, talentos e outros aspectos que trazem força à publicação e respaldo dos leitores. Fica o convite aos interessados: podem entrar em contato, pois não mordemos não!! Hehehehe...

ZQN: Onde podemos encontrar O Dilúvio?
MJ: Há várias maneiras de encontrar O DILÚVIO (invente a sua!, diria a propaganda do Neston), mas a mais fácil é certamente via assinatura, se você é de fora do RS, ou nos pontos de distribuição, se você mora na região metropolitana de Porto Alegre.
Por sermos daqui, certamente os leitores mais próximos geograficamente dispõem de mais opções neste sentido. De resto, depende um pouco de sorte, pois basicamente entregamos em blitz nas universidades, eventos nossos ou que apoiamos ou via correio mesmo. Mas hoje trabalhamos fortemente num processo de nacionalização da revista, então já está disponível em algumas capitais de outros estados, tanto para compra quanto para pegar o exemplar gratuito. E trabalhamos também bastante com o que chamamos de "operação formiguinha", através de pessoas que se encarregam da distribuição mão-a-mão em outras localidades.
Essas pessoas recebem pacotes que variam de 5 a 40 exemplares e se responsabilizam em difundir a revista em sua área de atuação, principalmente, neste momento, entregando para formadores de opinião e pessoas interessadas. Para facilitar essa confusão, procuramos sempre divulgar em nossos meios virtuais os locais onde estão disponíveis os exemplares.

ZQN: E o projeto "Aperte o prêi"? Como ele funciona e quem teve a idéia?
MJ: O "Aperte o Prêi" veio a ser a materialização de uma idéia antiga nossa, mas que como tudo na vida aconteceu da forma mais inusitada e não planejada possível. Desde que começamos a encartar CDs (na edição #5), também surgiu a vontade de ampliar as possibilidades de encartes, tanto que até um livro já lançamos (na edição #7). E um DVD sempre permeou essas idéias, porém esbarrávamos nas questões técnicas e de custos. Mas que na verdade se mostraram transponíveis depois de realizarmos este primeiro, provando que o que faltava era empenho e tirar a idéia da cabeça e pôr no papel mesmo.
Este primeiro volume, como quase tudo aqui na revista, surgiu duma espécie de "brain storm" durante uma reunião meio complicada que tivemos, por conta da chegada dos EPs da Orquestra Imperial. Às vezes temos algumas surpresas com relação aos encartes, principalmente quando trabalhamos à distância, como foi no caso deles, que são do RJ.
Combinamos tudo com a OI, achamos “ducaralho” a idéia de poder encartá-los, mas a realidade é que não havíamos visto ainda o produto que nos forneceriam. E qual nosso choque ao receber as peças e constatar que, além de serem só 4 faixas que somadas totalizavam pouco mais de 10 minutos de música, eram em SMD, tecnologia que barateia a produção e que por conta disso estampa na capa o preço final de repasse ao consumidor: R$ 5,00.
Como somos uma empresa ética, chegamos à conclusão que seria enganoso repassar para nosso leitor apenas este encarte, pois nosso padrão de preço é de R$ 10,00 (dos quais R$ 6,00 vão para o artista), visto geralmente encartarmos CDs "completos". Então, começamos a quebrar a cabeça no sentido do que mais poderíamos agregar à edição para ela valer seu preço de capa, tendo em vista a satisfação do leitor. E depois de muitas sugestões, discussões e tal, eis que algum iluminado, que no fim ninguém nem lembra quem foi, deu a idéia de fazermos um DVD. Inicialmente alguns argumentaram da dificuldade e tal, mas o Mateus foi quem acabou insistindo e demonstrando a viabilidade. Daí começamos a correr, pois faltavam apenas duas semanas para o lançamento da edição. Por sorte conhecemos várias pessoas metidas a cineastas, experimentadores da sétima arte e outros doidos dessa área, inclusive um dos nossos colaboradores. Ficaria muito longo se eu fosse descrever todo esse processo, mas o fato é que nos superamos e realizamos tudo nos 15 dias que dispúnhamos, desde a seleção dos filmes, padronização dos elementos na master, até a confecção das capinhas e serigrafia das mídias.
E no fim deu tudo certo, transformamos o limão em limonada e acabou sendo um tremendo sucesso, tanto que até agora, quando já esgotou a tiragem, ainda estamos recebendo encomendas. Isso nos fortaleceu muito enquanto equipe e empresa, e certamente fortaleceu o projeto, que retornará em breve, com diversas modificações e evoluções.

ZQN: Qual o objetivo da revista?

MJ: O objetivo primordial e principal da revista é levar cultura, informação e entretenimento livres para o leitor. E por "livres" entendemos vários aspectos, como ela ser gratuita, estar disponível também no site, inclusive para download, encartar produtos culturais de artistas independentes e, acima de tudo, autonomia editorial, no sentido de que os autores têm total liberdade de expressão e estilo, e de que o comercial jamais vai falar mais alto do que a redação no que diz respeito ao conteúdo. Nesse sentido o parâmetro é sempre nossa própria crença no que é certo, e na de nossos leitores, e não dos patrocinadores, que compram espaço comercial mas jamais opinião. Além disso, é claro que também objetivamos a auto-sustentação d’O DILÚVIO enquanto empresa, e nosso auto-sustento, enquanto trabalhadores. Todos aqui sonham poder viver apenas dessa empresa, sem ter que "prostituir" partes de seu tempo com outros trabalhos que não nos realizam ou não acreditamos. Isto está diretamente ligado a outro grande objetivo nosso, que é poder expressar e atuar com autenticidade e responsabilidade, sem pressões de chefes ou sensores. Basicamente é esse nosso intuito: auto-realização enquanto pessoas e profissionais, antes de qualquer outra coisa.
Mas também gostamos de saber que em alguma medida estamos abrindo caminhos para outros, mostrando a possibilidade prática de pessoas viverem daquilo que gostam e sabem fazer. Assim nos sentimos como participantes ativos de um processo de democratização e pluralização das vozes na sociedade, de desmistificação dos processos de comunicação social, algo que cremos ser muito saudável para todos.

ZQN: Qual o seu objetivo com a revista?
MJ: O meu objetivo está em grande parte explícito na resposta anterior, pois é primeiramente essa realização profissional, pessoal, financeira. Além disso, meu sonho é que eu possa percorrer o mundo enquanto profissional da comunicação, a partir de uma atuação reconhecida, sem ter que ir "pra gringa" lavar pratos ou engraxar sapatos. Se um dia estiver lá, vai ser por ter conseguido ampliar de maneira substancial minha e nossa capacidade profissional, de atuação e articulação e aí sim vai ter valido a pena. Poder voar alto a partir de uma base que eu, nós construímos desde o solo.

ZQN: O que ela significa para você?
MJ: Ela significa atualmente quase tudo pra mim. Empenhamos e dedicamos aqui parcela substancial de nosso tempo, nossas energias, nossas expectativas e esperanças, e isso tem criado uma simbiose quase irreversível entre as pessoas e a materialização desse sonho coletivo, que chega às pessoas em forma de produto palpável, mas que pra nós é bem mais que isso.
Cada página da revista é composta do suor e (às vezes, por que não?) até do sangue dos que estão envolvidos nela. Passamos por diversas privações e sacrifícios em nome dela, e essa paixão que move todo esse time até mesmo em alguns momentos chega a gerar tencionamentos e conflitos inevitáveis, o que depois também fortalece. Então, parafraseando o Otto, em entrevista a nós próprios, "O DILÚVIO é vivo, é meu amor, é meu tesão!"
Mas não posso deixar de fora também minha veia pedagógica, pois me preocupo e gosto de envolver com questões ligadas à educação, talvez até por influência de meu pai e minha tia, que são professores. Por isso acredito que O DILÚVIO também tem me possibilitado visibilidade suficiente para eu ser chamado para oficinas, debates e coisas assim, significando então um acesso à este mundo, que me fascina bastante.

ZQN: Você tem outros projetos paralelos a esse?
MJ: Continuando a partir do que estava falando, tenho conseguido voltar a trabalhar com estas questões mais ligadas à arte-educação, a exemplo de oficinas de fanzine, e isso me leva a outras atividades, como preparar estas apresentações, o que acho muito bacana.
Curto criar algumas espécies de "jogos didáticos", através dos quais tento passar conceitos de ortografia, gramática, criação publicitária e de redação, enfim, incitar o raciocínio, a curiosidade e criatividade das pessoas. Infelizmente tenho tido pouquíssimo tempo para isso, então minhas oficinas são basicamente requentados de coisas que eu já havia concebido em outros tempos (minha fase de "paixão mais intensa" pelo mundo zineiro). Mas acredito que mais adiante poderei me dedicar mais a isto, o que será muito legal. E também tento trabalhar, sempre que possível, em meus fanzines próprios, que em geral começo e não acabo (normal, hehehehe). Tenho alguns quase acabados, mas que sei lá há quanto tempo não tenho conseguido pegar para trampar. E quando dá também faço algumas outras criações a partir de cola, papel e tesoura, como cartões comemorativos, flyers e coisas desse tipo. É uma das principais coisas que tento passar nas oficinas: de que as técnicas fanzineiras servem para bem mais do que produzir um zine em si.
Além disso contribuo com uma professora aqui da Feevale, meio "em off", numa pesquisa em comunicação, que já iniciamos no semestre anterior, período no qual concluímos outra também. Com ela desenvolvo meu lado de produção mais "científica", digamos assim (hehehe), e já tive como fruto meu "primeiro livro", onde meu nome saiu como co-autor, algo muito legal para minha carreira de escritor.

ZQN: Quais serão as próximas "invenções" d'O Dilúvio? Você pode adiantar algo?
MJ: É muito difícil poder antecipar quais nossas próximas "invenções", porque aqui tem um bando de maluco que tá sempre querendo inventar moda e arranjar sarna pra se coçar. Basta a gente imaginar um fim-de-semana livre com a família e os parceiros e algum retardado tira da cartola a produção de adesivos ou pastinhas pro comercial ou coisas assim. E às vezes as idéias surgem do nada, em horas inusitadas, então é mais difícil de prever do que Tsunami.
Mas é claro que como toda "boa" empresa temos algumas metas, objetivos e um mínimo de planejamento a médio e longo prazos. Então, algumas coisas que já temos claras é ampliar a tiragem (que já não dá conta da demanda), aumentar gradativamente o número de páginas e seções, diminuir a periodicidade para bimestral e posteriormente mensal e também modernizar nossa logotipia. O site também passará por uma profunda revolução, aguardem, e certamente um volume 2 da série "Aperte o prêi" será lançada, mas mais que isso já é coisa pra Nostradamus dizer...

ZQN: Se elas existem, por quais dificuldades passa a publicação?
MJ: A publicação, assim como todas independentes/ alternativas, passa pela dificuldade elementar de falta de grana. Hoje, felizmente, já não atuamos totalmente no vermelho e temos conseguido "honrar" nossas despesas enquanto empresa, mas salários, por exemplo, para os colaboradores ainda não existe.
Temos também algumas dificuldades administrativas, afinal somos comunicadores e não gestores profissionais, mas que aos poucos vamos assimilando e contornando, pois apesar de tudo também não somos tão estúpidos (hehehehe). O fato, contudo, é que ser empreendedor no Brasil é 10 vezes mais difícil do que ser comunicador, e isso tem nos amadurecido muito.
Algumas deficiências tecnológicas por horas também se mostram obstáculos efetivos, porém vão sendo sanados na medida das possibilidades, pois este tema geralmente envolve altos valores quando se pensa em soluções de qualidade, e esta verba ainda falta à empresa.
Mesmo com essas dificuldades, no entanto, várias evoluções têm se mostrado nítidas, de edição para edição, e acabam superando os aspectos negativos em freqüência e amplitude, e por isso cremos que todos serão superados a seu tempo.

ZQN: Qual o futuro das publicações independentes no Brasil? Como você as vê hoje?
MJ: Acredito que o número de publicações e a conseqüente qualidade média delas deve crescer cada vez mais. A cada dia se conta com mais facilitadores tecnológicos para que as pessoas se comuniquem e se expressem e isso vai gerando transformações a cada geração, que vai se sentindo mais livre pra interferir e produzir, ao invés de apenas consumir e receber, como nos tempos passados.
Assim, acho que hoje estamos vivendo a ponta desse iceberg, com publicações novas surgindo a todo tempo, em todo lugar, mas infelizmente muito poucas são as que perduram o suficiente para contar (su)a (própria) história, para que as pessoas se importem com essa história. O que projeto de diferente para o futuro é que muitas mais terão fôlego para ir adiante, para se manterem vivas e crescendo.
Só não se pode é ir contra a corrente da gratuidade, pois creio que cada vez menos pessoas estarão dispostas a pagar por conteúdo e informação. Quem deve pagar a conta, cada vez mais, são as empresas que querem veicular sua lembrança na mente dos consumidores de outras necessidades, e não o leitor.
E acho que neste sentido várias publicações já estão na vanguarda em nosso país, felizmente, mas ainda é pouco, diante do que pode-se crescer.

ZQN: Quais suas expectativas para o futuro próximo?
MJ: Ser feliz naquilo que realizo, ter qualidade de vida sem desqualificar a das demais pessoas, poder curtir ao ar livre os dias ensolarados e aconchegado os nublados e chuvosos junto com alguém especial e rodeado de pessoas divertidas, ganhar o suficiente para realizar alguns pequenos desejos sem prejudicar os de outrem, poder viajar o suficiente para adquirir “cultura” de fato (e não teórica), poder ser um difusor, uma antena potente, das boas idéias e realizações, ter saúde suficiente para realizar e curtir tudo isso e amor suficiente no coração para compartilhar e propagar tudo isso. O resto é só conseqüência, então deixa o destino trampar um pouquinho também...

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ZQN: Esse espaço é todo seu. Deixe seu recado.
MJ: Bom, já falei tanto que o recado acho que foi dado... Desculpem, mas sempre falo demais... hehehehe...
Mas, falando sério, acho que era isso. No mais, tentem sempre ser felizes e fazerem as coisas com tesão, paixão, amor, enfim, intensidade. Lembrem-se de que só alcançamos aquilo que nos dispomos a buscar. E o fruto será tão saboroso quanto nos empenhamos em adubar sua árvore. Como diria o sempre sábio Saint-EXupéry: "Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante." Falow, cuidem-se e fiquem na paz!! Beijo pras mina, abraço pros mano!!

ZINE QUA NON #8